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Histórias de um Sonhador
A Era da Atenção e a Tecnologia da Informação
‘’Quando os homens abandonam o privilégio de pensar, a última sombra de liberdade desaparece do horizonte.’’
Thomas Paine - Censo Comum
RESUMO
Esta pesquisa tem como objetivo entender quais são os impactos que as tecnologias atuais causam na humanidade e como elas ‘’funcionam’’. Conjuntamente, explicarei como a informação se tornou o bem mais valioso do mundo e o porque disso. Também mostrarei quais são as possíveis marcas que as tecnologias deixarão para o futuro, tanto nas pessoas como um grupo, tanto como indivíduos. Para alcançar o objetivo deste estudo, foi necessário a pesquisa da evolução da tecnologia a partir do século XX para saber quais efeitos foram causados nas pessoas que começaram a usá las e seus motivos, já que a geração atual é um legado da geração passada, além de ter estudado como as pessoas reagem diante dessa grandeza. Foi feita uma análise do livro ‘’Liberdade e Resistência na Economia da Atenção’’, escrito por James Williams, que tinha como principal objetivo nos ‘’ensinar’’ como evitar que as tecnologias digitais nos distraiam dos nossos verdadeiros propósitos, juntamente com os filmes-documentário ‘’O Dilema das Redes’’, que procurou mostrar o perigo que as redes sociais apresentam e ‘’Privacidade Hackeada’’, que utilizou histórias reais para expor o mundo da exploração de dados por empresas de tecnologia. Concluiu-se que: o advento da computação digital, falou James Williams, derrubou as barreiras entre nós e a informação num grau sem precedentes. No entanto, como observou o notável economista Herbert Simon na década de 1970, quando a informação se torna abundante, a atenção é que passa a ser o recurso escasso: em um mundo rico em informações, essa fartura significa falta de outra coisa: uma escassez do que quer que seja que a informação consome. O que a informação consome é bastante óbvio: ela consome a atenção de seus destinatários. Portanto, a fartura de informações cria déficit de atenção e uma necessidade de alocar essa atenção de forma eficiente em meio à superabundância de fontes de informação que possam consumi-la. Temos, portanto, a obrigação de reprogramar esse sistema de persuasão inteligente e diversionista antes que ele nos reprograme. Com isso em mente, foi entendido que as tecnologias atuais dependem da atenção do ser humano, ou seja, sem o homem a mesma não seria nada, mas apesar de tudo isso estar em nossas mãos, nós nos entregamos ‘’de bandeja’’ para um mal que está presente todos dias, toda hora, consumindo a única coisa que nos diferencia dos animais: a capacidade de pensar. Juntamente, foi possível concluir que as empresas tecnológicas não consomem apenas nossa capacidade de pensar e atenção, mas consomem também uma outra coisa muito valiosa: nossas informações. E com essas informações nossa privacidade. Mas o pior de tudo isso é que na maioria das vezes nós nem sabemos que estamos concordando com isso. A partir disso, concluí que, se nós não tomarmos alguma medida contra esse mal invisível, não só a nossa geração, mas todas a gerações futuras também sairão prejudicadas em um nível nunca jamais visto. Postman escreve: ‘’os piores adversários da liberdade no futuro emergiriam não das coisas que tememos, mas daquelas que nos dão prazer: não é a perspectiva da marca de uma botina cara-para sempre que deveria nos fazer perder o sono, mas o fantasma de uma situação na qual ‘as pessoas vão amar a própria opressão, vão adorar as tecnologias que as privam de pensar’. Um polegar rolando na tela, para sempre.’’ Portanto, a grande conclusão é que é importante nós definirmos metas e impormos limites para si próprios, já que, a luta da nossa geração não é uma guerra onde pessoas se enfrentam em campos de batalha, mas sim, é a da mente.
1: INTRODUÇÃO
Hoje em dia, quando andamos na rua, pegamos o metrô ou até mesmo quando estamos parados comendo um lanche, não é incomum nós vermos pessoas olhando o celular ou escutando música, sem conversar umas com as outras, e às vezes até pegamos nós mesmos olhando o Twitter ou Instagram na hora do jantar com a família. O fato é: isso já faz parte da nossa realidade há muito tempo. Porém, poucos percebem o quão inútil isso é para nossas vidas, nos fazendo perder um tempo que poderíamos estar passando com a família, aprendendo algum assunto novo, ou até fazendo nada, já que ‘’fazer nada’’ também é bom para o nosso cérebro, ajudando-o a descansar e organizar os pensamentos; e quando falo de descansar o cérebro não falo sobre dormir. Se tem uma coisa que aprendi durante essa pesquisa é o quão valioso é o tempo. Após assistir ao filme ‘’O Dilema das Redes’’, automaticamente peguei o meu celular e deletei todas as redes sociais que tinha, deixando poucos aplicativos nele (apenas os essenciais). Fiquei me sentindo um rato de laboratório cuja sanidade mental iria decrescer toda hora que eu usasse o celular ou computador para meios fúteis. Pior que isso, foi quando compreendi o perigo em que bilhões de pessoas estão, e eu não podia fazer nada a respeito. Após alguns meses, me falaram na escola que teríamos que fazer um TCC sobre qualquer tema que eu quisesse, e eu não precisei pensar duas vezes para falar que o meu tema seria esse. Deste modo, foi com essa percepção que esse trabalho foi feito, com o intuito de ajudar as pessoas a compreenderem que o excesso de tecnologias e encher a sua cabeça de coisas que só servem para distraí-lo do que realmente importa, não vale a pena. Este tema foi escolhido pois a tecnologia em si tem tomado cada vez mais parte do nosso futuro e estando no nosso dia a dia, sendo algo muito importante para simplesmente não prestarmos atenção sobre seus efeitos. Com isso, é muito importante nós aprendermos a como se controlar e definir metas, sempre focando no que realmente importa para cada um de nós. Sendo assim, este trabalho permite que compreendamos o que esse mal que nós mesmos criamos está causando nas nossas vidas, e como modifica o futuro da humanidade, possibilitando aprofundarmos nesses aspectos tão comuns do cotidiano, que podem nos fazer um mal sem precedentes. Assim, neste trabalho será feita uma análise dos efeitos que o excesso de informação causa na nossa mente, e como essas tecnologias sugam a nossa atenção sem percebermos. Essa pesquisa será separada por seis períodos: contexto histórico da tecnologia, antigamente, quando as pessoas não tinham compreensão do que sequer era um celular, queda da muralha da informação, impactos que essa ‘’queda da muralha’’ causou, impactos que o exagero de informação e vícios causam nas gerações atuais e futuras, e como podemos salvar o mundo de um colapso humanitário e mental, cada período sendo separado por dados científicos, relatos e histórias verídicas, e consequências causadas (tanto no nosso interior quanto no comportamento social). Com essa segmentação em mente é necessário compreender que esses meios de prazer fúteis só servem para nos distrair de nossos verdadeiros propósitos e nos fazer repensar sobre como estamos lidando com isso. Muitas pessoas podem discordar comigo. Cada um pensa de um jeito, e eu não julgo isso, mas aqui expresso a minha opinião e pensamento, sempre com dados e provas de que o que estou falando neste trabalho de conclusão de curso não é mera especulação.
2: CONTEXTO HISTÓRICO DA TECNOLOGIA
Se antes precisava de uma sala inteira apenas para um computador, hoje temos acesso a tecnologias mais avançadas que cabem em nosso bolso. A história da tecnologia é marcada por grandes revoluções que mudaram a forma que vivemos e entendemos o mundo ao nosso redor. A tecnologia é definida como a teoria geral e/ou estudo sistemático sobre técnicas, processos, métodos, meios e instrumentos de um ou mais ofícios ou domínios da atividade humana. Ou seja, a ideia de tecnologia já existia muito antes do que entendemos como tecnologia hoje, e vem da necessidade do ser humano de criar instrumentos que o ajude a superar suas limitações. A história da tecnologia é repleta de curiosidade e momentos marcantes que moldaram quem somos. Ela começa lá na criação de instrumentos na pré-história para a caça e vai até lançamentos de big techs como Apple e Microsoft. Hoje, nós iremos focar no estudo das tecnologias atuais, deixando as mais antigas para outro momento.
2.1: SURGIMENTO
Presente desde o período da pré-história, a tecnologia é um dos principais motivos da evolução do ser humano para o que ele é hoje. Como é apresentado no livro Sapiens, escrito por Yuval Noah Harari, a primeira grande revolução que proporcionou as grandes criações, foi a Revolução Cognitiva. Resumidamente, a Revolução Cognitiva é o momento da história em que o homem passa a ter uma capacidade maior em se comunicar. A partir do momento em que o homem passa a criar utensílios que ajudam nas suas atividades diárias, ele passa a caçar melhor e, por isso, tem uma alimentação melhor. Consegue também se defender dos predadores e passa a ter uma expectativa de vida maior, o que está diretamente ligado à sua evolução. Com isso, criações cada vez mais elaboradas foram surgindo. Isso permitiu que os seres humanos da época se estabelecessem em um único lugar por mais tempo, o que contribuiu para a evolução da linguagem também. Assim começa a história da tecnologia, a partir de criações para garantir a sobrevivência. Dando um salto no tempo, a Idade dos Metais também foi marcada por suas invenções, principalmente em relação ao uso dos metais para a fabricação de novos objetos. Com essas criações, impérios e grandes cidades começaram a surgir. Um grande marco para a história da tecnologia foi a Idade Média, em que tiveram diversas criações que influenciaram em como criamos atualmente. Desde a invenção da prensa móvel até a tecnologia das grandes navegações, tudo surgiu na Idade Média e foi o motivo para muitas outras revoluções que aconteceram depois desse momento. Com a criação da prensa móvel na Idade Média, o Renascimento ficou marcado na história da tecnologia como a época em que disseminar os conhecimentos era mais fácil. Por esse motivo, houve um aumento no número de estudos relacionados à ciência e tecnologia, e esses estudos eram registrados e também compartilhados. Outro momento importante foi a Revolução Industrial, movimento que mudou completamente a sociedade com a criação das máquinas. Assim, as máquinas passaram a substituir o trabalhador braçal, produzindo mais em menos tempo. A história da tecnologia ganhou novos rumos a partir do século XVIII; junto com a Revolução Industrial, novas tecnologias e inovações surgiram. Pode-se citar como exemplo, o surgimento da luz elétrica, telefone, a utilização de novos tipos de energia, um estudo mais aprofundado de elementos químicos, entre muitas outras inovações.
2.2: COMPUTADOR BABBAGE E ADA LOVELACE
Charles Babbage é considerado o ‘’pai’’ dos computadores. Seu primeiro conceito, a Diferença do Motor, é indiscutivelmente o primeiro computador já produzido. Desenvolvido em 1822, foi capaz de computar vários conjuntos de números e fazer cópias impressas dos resultados. Em 1837, Babbage propôs o primeiro computador mecânico geral, que ele chamou de Engine analítico. Era o primeiro computador de uso geral que continha uma Unidade de lógica aritmética, que incluiu o controle básico de fluxo e a memória integrada pela primeira vez. No entanto, devido a uma escassez de financiamento, o computador não foi concluído até depois da morte de Charles em 1910, com seu filho assumindo o reinado como um inovador eletrônico. A primeira pessoa programadora de computadores da história do mundo foi uma mulher. Augusta Ada Byron King, conhecida como “Ada Lovelace”, devido a seu título de Condessa de Lovelace. Entender a história por trás das tecnologias que usamos hoje é muito importante para construção do imaginário e dos raciocínios por trás dos códigos. Mais do que saber o que fazer, é entender porque algo é daquela maneira e lidar com as dificuldades de acordo com seu devido peso. Ada Lovelace deu origem ao algoritmo de computadores modernos. No século XIX, em 1842, Ada desenhou o primeiro algoritmo usado por uma máquina analítica, uma calculadora. O feito possibilitou que, hoje, diversas tarefas sejam realizadas em um computador ao mesmo tempo.
2.3: ALAN TURING, O PAI DA COMPUTAÇÃO
Alan Turing foi um matemático e criptógrafo inglês considerado atualmente como o pai da computação, uma vez que, por meio de suas ideias, foi possível desenvolver o que chamamos hoje de computador. Dando continuidade aos estudos feitos por Babbage e Ada Lovelace, Alan Turing marcou a história da tecnologia ao aprimorar e colocar em prática as ideias criadas por Babbage. Seu trabalho ficou conhecido principalmente por sua invenção durante a Segunda Guerra Mundial, em que projetou The Bombe, máquina que conseguia decodificar mensagens alemãs. O maior legado deixado pelo matemático Alan Turing é, sem dúvidas, a invenção da Máquina de Turing. Esta é um modelo teórico que pode ser usado para implementar todos os aspectos lógicos e matemáticos de um computador, independentemente de como ele venha a ser construído (mecânica ou eletronicamente, por exemplo). Além de ter construído as bases da computação moderna, Turing também desenvolveu os primeiros testes capazes de distinguir a inteligência artificial da inteligência humana. Atualmente os testes de Turing são usados em diversos sites e dispositivos, promovendo maior segurança para os seus usuários.
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